“Aquele que quer mudar o mundo deve começar mudando a si mesmo”. Todos nós já ouvimos essa frase em algum momento de nossas vidas, mas poucos param para refletir sobre as possibilidades que ela descortina.
Não são raras as vezes em que notícias sobre guerras e violência no mundo chegam ao nosso conhecimento. De maneira geral, avaliamos que tais conflitos concretizem-se em função de choques de interesse. Porque queremos, pensamos, valorizamos coisas diversas ou divergentes é que brigamos, certo?
Quem nunca lançou perguntas como: “o que motiva um indivíduo a cobrir o próprio corpo de bombas e se explodir em meio a uma multidão?” Da mesma forma, se mudarmos o foco de nossas observações é possível constatar que também são freqüentes as vezes em que julgamos comportamentos e crenças de familiares, amigos, conhecidos, ou seja, das pessoas que fazem parte do nosso universo particular. Sobre isso costumamos usar a máxima “ninguém é igual à ninguém”, vejamos então porque isso parece ser verdade.
Herdamos de nossa cultura a concepção maniqueísta segundo a qual tendemos a enquadrar tudo o que a percepção alcança em padrões de certo e errado, bom ou mal. Desse modo, gostaríamos de convidar o leitor a pensar o mundo – interior e exterior – através de uma nova perspectiva: a perspectiva das possibilidades, que está presente na idéia de modelo de mundo.
Esta idéia propõe que cada pessoa, através de suas particularidades orgânicas (neurológicas) somadas às vivências sociais (família, cultura) e às suas características individuais constrói uma maneira de “interpretar” a realidade. Conforme nos diz Blander e Grinder (1978)¹ “há uma irredutível diferença entre o mundo e nossa experiência do mesmo”, é como se cada um ao longo de sua vida, fosse moldando uma lente, um óculos através do qual enxerga o mundo, e que permite à cada um de nós, atribuir significados e valores particulares às experiências vividas.
Pensando nisso, é possível dizer que a realidade é relativa, assim como “as verdades e certezas” - que temos sobre os outros e mais ainda sobre nós mesmos –, e tantos outros conceitos de nossa cultura também o são. Importa-nos, então, avaliar a qualidade do serviço que essas lentes têm nos prestado, através da satisfação, ou não, que sentimos diante da vida.
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1. BLANDER, R. & GRINDER, J. A Estrutura da Magia. R.J.: Zahar, 1978.
Autores: Renata Cipriano de Oliveira e Rodrigo Gomes Santana
Não são raras as vezes em que notícias sobre guerras e violência no mundo chegam ao nosso conhecimento. De maneira geral, avaliamos que tais conflitos concretizem-se em função de choques de interesse. Porque queremos, pensamos, valorizamos coisas diversas ou divergentes é que brigamos, certo?
Quem nunca lançou perguntas como: “o que motiva um indivíduo a cobrir o próprio corpo de bombas e se explodir em meio a uma multidão?” Da mesma forma, se mudarmos o foco de nossas observações é possível constatar que também são freqüentes as vezes em que julgamos comportamentos e crenças de familiares, amigos, conhecidos, ou seja, das pessoas que fazem parte do nosso universo particular. Sobre isso costumamos usar a máxima “ninguém é igual à ninguém”, vejamos então porque isso parece ser verdade.
Herdamos de nossa cultura a concepção maniqueísta segundo a qual tendemos a enquadrar tudo o que a percepção alcança em padrões de certo e errado, bom ou mal. Desse modo, gostaríamos de convidar o leitor a pensar o mundo – interior e exterior – através de uma nova perspectiva: a perspectiva das possibilidades, que está presente na idéia de modelo de mundo.
Esta idéia propõe que cada pessoa, através de suas particularidades orgânicas (neurológicas) somadas às vivências sociais (família, cultura) e às suas características individuais constrói uma maneira de “interpretar” a realidade. Conforme nos diz Blander e Grinder (1978)¹ “há uma irredutível diferença entre o mundo e nossa experiência do mesmo”, é como se cada um ao longo de sua vida, fosse moldando uma lente, um óculos através do qual enxerga o mundo, e que permite à cada um de nós, atribuir significados e valores particulares às experiências vividas.
Pensando nisso, é possível dizer que a realidade é relativa, assim como “as verdades e certezas” - que temos sobre os outros e mais ainda sobre nós mesmos –, e tantos outros conceitos de nossa cultura também o são. Importa-nos, então, avaliar a qualidade do serviço que essas lentes têm nos prestado, através da satisfação, ou não, que sentimos diante da vida.
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1. BLANDER, R. & GRINDER, J. A Estrutura da Magia. R.J.: Zahar, 1978.