domingo, 30 de março de 2008

Decisões e Escolhas: uma questão essencial

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Os caminhos da vida são feitos de decisões e escolhas. Assim, o que cada um de nós é hoje pessoal ou profissionalmente, é conseqüência destas escolhas e das ações adotadas para efetivá-las. Algumas escolhas são essenciais e importam decisões sobre nossa religião ou nosso papel social. Outras são operacionais, como a roupa que vamos vestir hoje para ir trabalhar.

O que vale para as pessoas também vale para as empresas. Uma empresa sobrevive ou não, tem êxito ou fracassa, de acordo com as decisões e escolhas que fez ou faz, de suas estratégias e foco, seus sistemas de crenças e valores, seu estilo gerencial, seus processos, suas estruturas, as pessoas que seleciona, o sistema de treinamento e desenvolvimento que adota. Ou, de acordo com Peter Drucker, "o produto final do trabalho de um gerente são decisões e ações".

Assim sendo, três aspectos devem ser considerados:

  • A todo o momento, queiramos ou não, consciente ou inconscientemente, por ação ou omissão, estamos sempre fazendo escolhas. E nunca é demais lembrar que não escolher já é uma escolha.
  • Se queremos ser os timoneiros da nau da nossa vida, devemos procurar ser conscientes a respeito das escolhas que fizemos e estamos fazendo. Esta consciência nos permite assumir a responsabilidade pelos nossos atos e continuar com o que estamos fazendo ou então mudar. É conveniente ter presente que algumas escolhas deram certo em determinados contextos, mas que se adotadas em outros podem ser profundamente negativas. Um pequeno exemplo: uma criança que, para obter o carinho e a atenção dos pais, chorava, fazia manha ou gritava. Depois de adulto, para ter as suas necessidades de aceitação e reconhecimento atendidas, adota comportamentos de essência semelhante que, sem a menor sombra de dúvida, serão totalmente inadequados, gerando respostas justamente opostas às desejadas.
  • Podemos, por meio do desenvolvimento pessoal, aumentar a nossa esfera de escolhas. Aprender, no fundo, importa ter mais opções, isto é, ampliar possibilidades. A questão básica é o que aprender, para que possamos ter êxito neste mundo de crescente insegurança, complexidade, ambigüidade e imprevisibilidade. E isto também é uma escolha.

De qualquer forma, é sempre conveniente ter presente que estamos fazendo a todo o momento seis escolhas.

Vida ou Morte

O general franqueza Millan d’Astray, nas suas palavras na Universidade de Salamanca, na frente do filósofo Miguel de Unamuno, proferiu sua célebre frase: "Abaixo a inteligência. Viva a morte!". E esta é a grande questão. Estamos escolhendo a vida ou a morte do planeta em que habitamos? Todas aquelas pessoas ou empresas que contribuem com poluição ambiental e destruição dos ecossistemas, chuvas ácidas, aumento da temperatura na Terra e a conseqüente elevação dos níveis das marés, destruição da camada de ozônio, desmatamentos indiscriminados, existência de pessoas vivendo em condições subumanas, em função da ganância, da busca do lucro Kamikaze ou da falta de consciência social, todas elas estão engrossando o coro de Millan d’Astray e, à sua própria maneira, repetindo o general franqueza: "Viva a morte!".

Na realidade, esta é a grande questão ética, segundo a qual todas as outras devem se ordenar. É saber qual a resposta a uma pergunta de Albert Einstein: "Será que estamos fazendo deste planeta um lugar melhor para se morar?" Ou estamos ao lado dos que não têm nenhuma preocupação com isto, pois, como dizem, em longo prazo estaremos todos mortos?

Os Significados

A riqueza de nossa vida está muito relacionada aos significados que damos ao que fazemos. É a história dos três operários que estavam numa mesma obra e foram indagados sobre o que estavam fazendo. Um deles disse que estava assentando pedras. O outro, que estava construindo uma escada. O terceiro, que estava colaborando para a construção de uma catedral. Nós podemos escolher os significados que damos a tudo o que fazemos e isto pode representar uma grande diferença.

Passado ou Futuro-Orientadas

As pessoas passado-orientadas ficam querendo mudar o que fizeram, como se pudessem entrar na máquina do tempo. Tendem a se lamentar ou arranjar culpados e estão mais voltadas para ameaças. As pessoas futuro-orientadas buscam resultados, aceitam as situações existentes como um ponto de partida, não confundindo aceitação com conformismo, e procuram identificar e agir de acordo com as oportunidades. De qualquer forma, é conveniente citar Franklin Delano Roosevelt: "O progresso é realizado pelos homens que fazem e não pelos que discutem de que modo as coisas deveriam ter sido feitas".

Sistema Aberto ou Fechado

Os seres humanos são e deveriam agir como sistemas abertos, ou seja, em interação com o seu meio. Cada vez que as pessoas se fecham por dogmatismo, arrogância ou negação, estão agindo como sistemas fechados. Prendem-se ao familiar e ao conhecido e, freqüentemente, ficam encasteladas em torres de marfim. As pessoas que agem como sistemas abertos estão em relacionamento constante, têm consciência do fluxo contínuo de mudanças e sabem que a melhor forma de prever o futuro é criá-lo.

Crenças e valores

Uma das coisas que tem forte influência sobre nossos comportamentos é o nosso sistema de crenças e valores. Neste sentido, há quem diga que: "Quer você acredite que pode, quer acredite que não pode, você está certo". Todos nós temos um conjunto de crenças e valores que fomos adquirindo ao longo da vida e que são determinantes do nosso comportamento. Algumas crenças podem ser extremamente úteis, como acreditar que tudo o que nos acontece pode ser uma oportunidade. Outras podem ser negativas, como a de se acreditar vítima das circunstâncias, na base do "isto só acontece comigo". Em geral as pessoas não analisam os impactos de suas crenças sobre suas vidas e não sabem que podem mudá-las nem, tampouco, como fazer isso.

Intervir e Mudar Ou Ser Passivo

A consciência de que o que obtemos da vida está profundamente relacionado às escolhas que fizemos ou fazemos nos permite estar abertos a identificá-las e ratificá-las ou corrigi-las. E esta é uma grande escolha final: É possível mudar. E um bom modo de fazê-lo é com base no filósofo Jean Paul Sartre: "Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim". Em suma, ser consciente das escolhas que fazemos é entrar no mundo mágico das possibilidades. É saber que existem infinitas formas e caminhos e que a vida é daqui para frente.

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Autor: José Augusto Wanderley - Consultor em Liderança e Negocioação e autor do livro "Negociação Total: encontrando soluções, vencendo resistências, obtendo resultados.
Artigo d
isponível no link: http://www.jawanderley.pro.br/artigo3.html

sexta-feira, 28 de março de 2008

Postura deprimida...

Nosso estado emocional está intimamente relacionando à nossa fisiologia (ritmo respiratório, postura corporal, ritmo cardíaco, etc), de modo que, para cada estado emocional temos uma estimulação fisiológica diferente. Por exemplo, você já tentou permanecer deprimido enquanto tem uma crise de riso?

O fato é que se você se coloca numa fisiologia rica em recursos, não pode ficar deprimido. Tente isso. Fique ereto e respire profundamente, enchendo os pulmões de ar, inspirando profundamente, e expirando lentamente. Jogue os ombros para trás e olhe para cima enquanto coloca um sorriso tímido e bobo no rosto. Movimente o corpo. Veja se você consegue se sentir deprimido com essa postura. Você descobrirá que isso é quase impossível. Pelo contrário, o cérebro está recebendo uma mensagem da sua fisiologia para ficar alerta, cheio de vigor e de recursos. Esse não seria um ótimo instrumento para usar da próxima vez em que se sentisse um pouco pra baixo?

quarta-feira, 26 de março de 2008

Como é formado nosso Modelo de Mundo? Uma explicação possível...

Antes de começar a ler, pense nessas duas perguntas:

Você já se comportou de alguma maneira, e depois pensou: “Pra quê que eu escolhi fazer isso?” ou ainda “Fiz de novo?” ou ainda “Fiz do mesmo jeito” ou ainda...

Pra que aquele meu amigo escolheu fazer isso se ele já sabia que ia ter essas conseqüências? Que bobo ele foi!

Alguma vez você já as fez desse modo ou de outro semelhante? É provável que sim!

Conforme vimos no artigo "Modelo de Mundo: lentes para a realidade", há uma considerável diferença entre o mundo e a nossa experiência do mesmo. Nós como seres humanos não operamos diretamente no mundo. Cada um de nós cria uma representação do mundo em que vivemos – isto é, criamos um mapa ou modelo que usamos para gerar nosso comportamento, e responder às pessoas com quem interagimos e situações pelas quais passamos. Nossa representação do mundo determina em grande escala o que será nossa experiência do mesmo, como o percebemos, que escolhas – às vezes limitadoras – teremos à disposição enquanto nele vivemos.

Desse modo, não há dois seres humanos que tenham exatamente as mesmas visões a respeito do "mundo". O modelo de mundo que criamos para guiar-nos nele baseia-se, em parte, em nossas experiências de vida. E COMO FORAM E TÊM SIDO SUAS EXPERIÊNCIAS?

Cada um de nós pode, então, criar um modelo diferente do mundo que partilhamos, e assim chegar a viver uma "realidade" um tanto diferente.

Mas como se forma o modelo de mundo?

Antes de mais nada, é interessante saber que as experiências que temos ao longo da vida são restringidas ou limitadas de algumas formas, restrições estas que modelam nossa experiência de algum modo, conferindo ao nosso modelo de mundo características ímpares, se comparadas com aquelas de outros modelos de outras pessoas, ou mesmo se comparadas com nosso próprio modelo num momento diferente, afinal de contas, modelos de mundo mudam...

Vamos às restrições, ou filtros - como passaremos a chamar aquilo que elimina parte das “informações” que nos chegam de todos os lados, e que faz com que nossa “representação do mundo” seja significativamente diferente do mundo propriamente dito.

Você sabia que... As ondas sonoras que estão abaixo de 20 ciclos por segundo e aquelas que estão acima de 20.000 ciclos por segundo não podem ser detectadas por nós humanos? Que há determinados comprimentos de onda (que caracterizam as cores) que nossos olhos não são capazes de ver? Por exemplo, um esquimó consegue distinguir 11 tons de branco na neve, será que nós aqui, sujeitos a outro contexto, conseguimos fazer o mesmo? Ah! E que nesse momento partículas muito pequenas atravessam seu corpo, assim como qualquer outro objeto, e você nem sente?

Estes exemplos são para explicar que nosso sistema nervoso, de início determinado geneticamente, constitui o primeiro grupo de filtros (FILTROS NEUROLÓGICOS) que distinguem o mundo de nossas representações do mesmo, pois nossos órgãos do sentido nos permitem perceber e sentir apenas uma "pequena" parte dos estímulos que nos chegam.

Vamos à outras perguntas: Você já tentou entender um filme em alemão ou qualquer outra língua que você não conheça? Já conversou com alguém através de linguagem de sinais? E que tal pensar nas regras que temos que seguir diariamente, nossos deveres? São os mesmos de um outro país, ou mesmo de um outro lugar aqui no nosso próprio país? O que é considerado certo aqui, o é em todo o mundo? O que é certo pra você é também para um amigo seu?

Tudo isso pra que você perceba o outro tipo de filtro a que estamos sujeitos: os FILTROS SOCIAIS (ou óculos impostos), que são todas as categorias ou filtros aos quais estamos sujeitos como membros de um sistema social, como por exemplo, nossa língua, nossos meios aceitos de percepção, e todas as convenções sociais. Esse segundo tipo de filtro começa a nos distinguir uns dos outros como seres humanos. Nossas experiências começam a diferir mais radicalmente, dando surgimento a representações do mundo mais DRASTICAMENTE DIFERENTES.

Neste momento é importante saber que ao contrário de nossas limitações genéticas neurológicas, as introduzidas pelos filtros sociais podem ser superadas.

Um terceiro modo pelo qual nossa experiência do mundo pode ser diferente do próprio mundo é através de um conjunto de filtros que chamamos RESTRIÇÕES INDIVIDUAIS, e que são todas aquelas representações que criamos como seres humanos, baseadas na nossa HISTÓRIA PESSOAL ÚNICA. Cada ser humano possui um conjunto de experiências que constituem sua própria história pessoal, e é tão próprio dele como o são suas impressões digitais.

Cada pessoa tem experiências incomuns de crescimento e vida, e jamais a história de duas vidas será idêntica. Mesmo havendo semelhanças entre você e um irmão ou quaisquer outras pessoas, que por exemplo, foram criados talvez nas mesmas condições, ao menos alguns aspectos serão diferentes e peculiares a cada pessoa. E por mais que possamos pensar: Ah, mas é só uma “diferençazinha” de nada! O que importa é que essa pequena diferença faz toda diferença.

Assim sendo, os modelos que criamos enquanto vivemos estão baseados em nossas experiências individuais, e, já que alguns aspectos de nossas experiências serão peculiares como pessoa humana, algumas partes de nosso modelo do mundo pertencerão apenas a cada um de nós.

Estes modos incomuns pelos quais cada um de nós representa o mundo constituirão um conjunto de interesses, hábitos, gostos, desgostos e regras para o comportamento que são claramente nossos. Do mesmo modo, nosso modelo de mundo, conterá nossas crenças – aquilo que pensamos ou mesmo explicações que damos – a respeito de tudo o que conhecemos, inclusive sobre nós mesmos, constituindo pois, uma fonte de limitações e riquezas, pois ele é a base de algo que fazemos a todo instante: ESCOLHAS.

Por que a questão da escolha é importante? Lembra-se da última situação com a qual você conseguiu lidar bem, mas que a princípio parecia difícil?

Você conseguiu lidar com ela porque de alguma forma seu modelo de mundo continha e contém experiências que te habilitam a resolver situações semelhantes à esta. Agora imagine uma situação em que você pode não ter se saído da maneira que esperava! Talvez em relação à essa situação, seu modelo de mundo estivesse “desatualizado”, o que impediu você, de momentaneamente lidar satisfatoriamente com tal situação, o que não te impede de aprender, enriquecendo mais um pouco seu modelo, reconstruindo-o de algum modo.

FINALIZANDO...

Lembra-se das perguntas feitas no início? Não sei se você já pensou nelas enquanto lia, ou se vai fazer isso de agora em diante... Entendeu porque às vezes nos comportamos de maneiras que depois julgamos “bobas” ou mesmo “incorretas”? Não se esqueça de lembrar sempre: fazemos sempre as melhores escolhas disponíveis no nosso modelo de mundo!

Assim sendo... com seu modelo de mundo atualizado com essas informações...
Você pode escolher pensar nas suas experiências, mesmo as mais corriqueiras buscando entender que as suas escolhas, bem como as escolhas das outras pessoas, também estão inseridas em um modelo de mundo diferente. Ou, pode escolher continuar pensando que “EU SOU ASSIM PORQUE NASCI ASSIM”, e que “OS OUTROS FAZEM ISSO OU AQUILO SEMPRE DE FORMA INTENCIONAL”, ou mesmo “É COMPLICADO DEMAIS PENSAR DESSA NOVA FORMA!”.

Como sempre, a escolha é TODA sua.

terça-feira, 25 de março de 2008

INTELIGÊNCIA [habilidade ou capacidade] EMOCIONAL

Rapidamente, responda pra você mesmo: O que é inteligência para você?

Independente da resposta a que você tenha chegado, podemos dizer que inteligência é a capacidade de resolver os problemas e situações desafiantes. Algumas vezes você pode se deparar com um problema para o qual é necessário um conhecimento matemático, outras vezes o que se necessita para encontrar uma solução é de um conhecimento espacial, como quando você faz uma baliza num carro. E se pensarmos um pouco mais, vamos acabar percebendo que a vida nos apresenta situações / problemas tão diferentes, que pedem soluções também diferentes. Assim sendo, não podemos, ou melhor, não faz sentido falarmos de inteligência como se fosse uma coisa única, e privilégio de poucos.

Pra que você tenha uma idéia, existem pelo menos 7 tipos de inteligência, que seriam: Inteligência Verbal ou Lingüística, Inteligência Lógico-Matemática, Inteligência Cinestésica Corporal, Inteligência Espacial, Inteligência Musical, Inteligência Interpessoal, e Inteligência Intrapessoal, sendo que esses dois últimos “tipos”, acabaram dando origem ao que chamamos de inteligência emocional, como veremos mais a frente. Todos nascemos com o potencial das várias inteligências, e a partir das relações com o ambiente, aspectos culturais, algumas são mais desenvolvidas ao passo que deixamos de aprimorar outras.

Atualmente, não é novidade alguma dizer que vivemos num ambiente competitivo e estressante. Há uma grande valorização daquilo que aprendemos na escola, na faculdade, cursos e demais conhecimentos técnicos que adquirimos, que nos habilitem a realizar nosso trabalho. Há uma valorização do que chamamos de quociente de inteligência (o famoso QI), que tem mais a ver com a capacidade de executar tarefas, em outras palavras, tem a ver com a RAZÃO e objetividade.

No entanto, há alguns anos, começou a surgiu uma tendência a valorizar também as EMOÇÕES. Estas que eram vistas com certa desconfiança, por se achava que sua presença diminuía a objetividade necessária para que a nossa parte racional funcionasse da melhor forma possível, passaram a ter papel fundamental no contexto atual. PORQUE ISSO ACONTECE?

Talvez a melhor resposta para esta pergunta, sejam algumas outras perguntas:

  • Como boa parte das pessoas trabalha atualmente? Sozinhas ou em equipes?
  • De que são feitas as organizações de trabalho? Somente equipamentos e materiais? Ou de pessoas também?
  • Quando você vai trabalhar, você leva apenas os conhecimentos necessários para desempenhar sua função? Ou também experiências pelas quais você passou enquanto aprendia a fazer seu trabalho, e mesmo vivências cotidianas, mesmo as mais simples?
  • Não estariam estas vivências carregadas de emoções?

Como é possível perceber, as respostas a estas perguntas acabam nos levando a pensar que atualmente, as PESSOAS são o grande diferencial das empresas. E estas pessoas, diferentes das máquinas, trazem consigo emoções, as quais quando bem “direcionadas” são capazes de levá-las a desenvolver seus potenciais, melhorando a qualidade de seu trabalho e é claro, a própria qualidade de vida. Podemos dizer então, que no trabalho e mesmo fora dele, temos um encontro entre nossas duas mentes: a racional e a emocional.

Diante disso, apresentamos alguns conhecimentos para que possamos melhor “administrar” nossas emoções, utilizando-as de maneira mais positiva, e o mais importante, a nosso favor!

Você já teve a sensação de acordar com o “pé esquerdo”, e por conta disso ter a impressão que não conseguiu trabalhar direito? Se sim, provavelmente era alguma emoção negativa que você estava sentindo.

Já iniciou a semana de trabalho já pensando no fim de semana, naquela festa que te aguarda e em tudo o que você vai fazer, ou seja, trabalhando, mas com a cabeça em outro lugar?

Já conheceu alguém muito “inteligente”, que trabalha muito bem, mas que em alguns momentos perde completamente a concentração... a paciência... a compostura... e outras coisas mais? Em outras palavras, já viu um inteligente comportando-se com um idiota com as outras pessoas?

Se sim, bem-vindo à algumas das várias situações que embora pareçam exageradas, fazem parte do nosso cotidiano quando somos “tomados” por emoções, e não sabemos como utilizá-las de uma maneira construtiva. Aqui incluem-se tanto emoções tidas como positivas, quanto aquelas consideradas negativas. É importante esclarecer isso, pois podemos ser arrebatados até mesmo por emoções mais agradáveis.

Então o que é INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?

"Inteligência emocional é a capacidade de percepção de nossos sentimentos e, a partir dessa percepção, saber lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-os quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional. Esse equilíbrio nos permite a motivação para uma vida mais harmonizada. A capacidade de auto-percepção proporciona a percepção dos sentimentos dos outros e nos habilita a sermos competentes em nossos relacionamentos com as demais pessoas, seja no trabalho ou fora dele."

Embora o termo inteligência emocional pareça algo novo para você, provavelmente quando virmos os domínios principais que a compõem, você verá que são coisas que você já ouviu falar bastante. Podemos dizer que a inteligência emocional é composta por duas “inteligências”: a intrapessoal e a interpessoal. Mas tenha em mente que essa divisão é apenas para tornar mais fácil a explicação do tema, já que na prática, as coisas estão bastante interligadas.

A INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL refere-se às habilidades pertencentes à própria pessoa. É a base da inteligência emocional e agrupa três domínios básicos:

"Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa." (Gandhi)
“Conhece-te a ti mesmo” (Sócrates)

  • Auto-conhecimento (ou auto-percepção): reconhecer o sentimento enquanto ele ocorre, é ter consciência de si mesmo, percepção dos próprios sentimentos, conhecer o sentido da sua própria vida. Fazer uma avaliação realista e otimista das próprias capacidades de modo a desenvolver sua auto-estima e autoconfiança.

"Qualquer um pode zangar-se - isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil" (Aristóteles)

  • Auto-controle: habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os para a situação. O auto-controle é resultado do autoconhecimento. A partir do auto-conhecimento temos consciência do que estamos sentindo quando estamos diante de determinadas situações, e a partir disso, podemos escolher qual a melhor maneira de expressar nossas emoções e nos comportar.

"Quando você compreende verdadeiramente que existe um número infinito de possibilidades em qualquer situação dada, você pode encontrar soluções onde até agora era totalmente impossível encontrá-las" (Deepak Chopra)

  • Auto-motivação: habilidade em dirigir os esforços e capacidades pessoais necessárias para o alcance de objetivos e metas. Capacidade de desenvolver uma postura otimista realista diante das situações. Também é favorecida pelo auto-conhecimento, uma vez que a partir dele tomamos consciência de nossos recursos e necessidades.

A INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL refere-se às habilidades de relacionamento com outras pessoas. Como vimos acima, tem como base a inteligência intrapessoal, sendo uma conseqüência dela. Quando temos bem desenvolvidos o auto-conhecimento, o auto-controle e a auto-motivação, relacionamo-nos bem com as demais pessoas, pois essa habilidade é fruto do bom relacionamento com nós mesmos. Agrupa dois domínios básicos: empatia e sociabilidade.

  • Empatia: que é a habilidade de reconhecer as emoções e necessidades das outras pessoas. Em outras palavras, é a capacidade de se colocar no lugar das outras pessoas para perceber as “situações” do ponto de vista delas.
  • Sociabilidade: significa lidar bem com as emoções nos relacionamentos, o que possibilita interagir com facilidade com outras pessoas, desenvolver habilidades para liderar, solucionar conflitos, estabelecer vínculos de cooperação e trabalho em equipe. Em resumo: saber conviver com as pessoas – que são diferentes umas das outras e de você mesmo. Vale ressaltar que ser sociável depende em grande parte da empatia.

Para terminar, uma história...

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta: ‘Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?’
E o chinês responde: ‘ Sim, quando o seu vier cheirar as flores.’
Moral da História:
"Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Portanto, procure compreender antes de julgar."

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Autor: Rodrigo Gomes Santana

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

COMPORTAMENTO: o que você faz?

Continuação do artigo: "SENTIMENTOS: o que você sente?"

Se esses sentimentos desagradáveis duram ou se tornam muito fortes, começam a ter um efeito sobre tudo o que você faz. Gostamos de nos sentir bem, então, geralmente tentamos fazer mais aquelas coisas que nos fazem sentir bem e menos aquelas que nos fazem sentir incomodados.
  • Se você se sente ansioso ao falar com outras pessoas, pode evitar sair ou recusar convites para reuniões e para fazer coisas com seus amigos. Quando fica sozinho, pode se sentir mais relaxado.
  • Se você se sente triste ou infeliz em algum lugar, você pode parar de ir até lá. Você pode se sentir mais feliz quando fica em casa.
  • Se você sente raiva quando as pessoas criticam o seu trabalho, pode desistir de esforçar-se.

Há muitas maneiras pelas quais seus pensamentos e sentimentos afetam o que você faz. Você pode notar que:

  • desiste e pára de fazer as coisas
  • evita situações que poderiam ser difíceis
  • fica com medo de tentar coisas novas

Parece que essas mudanças provam que nossos pensamentos estavam certos o tempo todo!

  • Dificuldade de concentração comprovaria o pensamento de que "nunca vou passar nesses exames".
  • Ficar em casa comprovaria que "ninguém gosta de mim – não tenho nenhum amigo".
  • Achar difícil dormir ou ganhar peso comprovaria os pensamentos que "pareço um trapo" ou "ninguém iria querer sair comigo".

PARE!
Você pode cair em uma armadilha!

Você pode estar procurando SOMENTE as evidências que apóiam seus pensamentos negativos:

  • Você pode ter achado difícil se concentrar hoje – não dormiu muito bem a noite passada. Geralmente, você dorme melhor e quando tem uma boa noite de sono é capaz de se concentrar. Então não ter passado naquele exame não significa que você nunca vai passar nos exames.
  • Você pode ter ficado em casa na noite passada, mas combinou de sair com seus amigos amanhã. Assim, na verdade ter ficado em casa não significa que ninguém gosta de você ou que você não tem amigos.
  • Você pode ter ganhado 2 kg, mas isso realmente faz tanta diferença na sua aparência? As suas roupas favoritas ainda caem muito bem.

Os pensamentos negativos podem se tornar verdadeiros magicamente, porque você está procurando somente as evidências que os apóiam.

Em algumas situações, será que você não está vendo apenas um lado da história?

É interessante desenvolver uma maneira de pensar mais equilibrada que fará você se sentir melhor e te ajudará a fazer escolhas mais razoáveis sobre as coisas importantes na sua vida.

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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.

SENTIMENTOS: como você se sente?


Como você começou a ver, a maneira como pensamos afeta a forma como nos sentimos. Os nossos pensamentos resultarão em muitos sentimentos diferentes.

Com freqüência, os pensamentos positivos ou bons produzem sentimentos agradáveis:
  • O pensamento "estou esperando ansiosamente pela festa" pode fazer você se sentir alegre.
  • O pensamento "embora tenhamos perdido, joguei muito bem" pode fazer você se sentir contente.
  • O pensamento "fico muito bem nesta roupa" pode fazer você se sentir relaxado.

Em outros momentos, podemos ter mais pensamentos negativos e, com freqüência, estes pensamentos produzem sentimentos desagradáveis.

  • O pensamento "aposto que ninguém vai aparecer na festa" pode fazer você se sentir ansioso.
  • O pensamento "perdemos de novo – nunca venceremos" pode fazer você se sentir enraivecido ou triste.
  • O pensamento "não gosto desta roupa" pode fazer você se sentir preocupado ou descontente.

Muitos desses sentimentos não serão fortes e não durarão por muito tempo. Você pode nem nota-los. Em outros momentos, esses sentimentos desagradáveis são mais fortes e prevalecem. Tornam-se muito intensos e parecem durar por muito tempo.

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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.


Continua no artigo:
"COMPORTAMENTO: o que você faz?"

PENSAMENTOS: o que está passando pela sua cabeça nesse momento?


As nossas mentes estão sempre ocupadas, cheias de pensamentos. Sempre estamos pensando sobre todos os tipos de coisas. Muitos de nossos pensamentos estão descrevendo o que está acontecendo ao nosso redor. Outros são sobre nós mesmos.
Estes pensamentos podem ser sobre a maneira como vemos a nós mesmos:
  • Sou gordo.
  • Tenho muitos amigos.
  • Tenho um temperamento ruim.

Eles podem ser sobre como julgamos o que fazemos:

  • Nunca consigo me organizar.
  • Sou bom nos esportes.
  • Para mim é fácil fazer amigos.

Eles podem descrever nossa visão do futuro:

  • Ninguém jamais vai querer sair comigo.
  • Nunca irei para a universidade.
  • Serei um milionário quando tiver 30 anos.

CRENÇAS

Com o tempo, a maneira como pensamos sobre nós mesmos, julgamos o que fazemos e vemos nosso futuro se tornam um padrão de pensamento muito forte. Os pensamentos ficam bastante fixos e se tornam as nossas crenças centrais. Estas crenças aparecem na forma de pequenas afirmações como:

  • Sou gentil.
  • Trabalho duro.
  • Sou bem-sucedido.

CRENÇAS E SUPOSIÇÕES

As crenças centrais são valiosas. Elas nos ajudam a prever e dar sentido ao que acontece nas nossas vidas. Levam-nos a acreditar que acontecerão certas coisas. Esta é a ligação "SE/ENTÃO".

  • SE sou gentil (crença central), ENTÃO outras pessoas gostarão de mim (suposição).
  • SE trabalho duro (crença central), ENTÃO conseguirei um bom emprego (suposição).
  • SE tiver sucesso (crença central), ENTÃO serei feliz (suposição).

Crenças e suposições pouco úteis

A maioria das nossas crenças são úteis, mas outras são menos valiosas, pois elas evitam que façamos escolhas e decisões reais e podem nos conduzir a suposições falsas sobre nossa vida. Exemplos de crenças centrais pouco úteis podem ser:

  • Tudo o que eu faço deve ser perfeito.
  • Sempre faço coisas erradas.
  • Ninguém jamais vai me amar.

Com freqüência, crenças como essas preparam você para fracassar, sentir-se mal e limitam o que você faz. Levam a supor que coisas negativas acontecerão.

  • A crença de que "tudo o que faço deve ser perfeito" pode levar você a supor que seu trabalho nunca está bom o bastante. O resultado disso pode ser sentir=se estressado e descontente, à medida que isso se repete em cada parte do seu trabalho.
  • A crença "sempre faço as coisas erradas" pode levar você a supor que não vale a pena esforçar-se. Você pode se sentir triste e ficar desmotivado ou perder o interesse pelas coisas.
  • A crença de que "ninguém jamais vai me amar" pode levar você a supor que as pessoas só querem gozar ou se aproveitar de você. Você pode se sentir enraivecido e tornar-se muito rude e agressivo.

As crenças centrais e as suposições são bastante fixas

As crenças centrais e as suposições são geralmente muito fortes e tornam-se bastante fixas. Com freqüência, elas são muito resistentes a qualquer alternativa desafiadora. Qualquer evidência que as questione é ignorada ou rejeitada como pouco importante.

  • A garota que acredita que "ninguém jamais vai me amar" pode rejeitar quaisquer sinais de afeição dos seus pais, pois "eles não se preocupam de verdade – estão apenas tentando me controlar".
  • Por menor que seja, qualquer coisa que apóie essas crenças parece ser uma prova. A mãe desta garota, pode ter tido um dia atarefado e não teve tempo de lavar aquele item especial de roupa. Para a garota, isso pode ser visto como evidência de que "eu sabia que não se preocupavam comigo".

Eventos importantes

Essas crenças e suposições vêm para o foco do nosso pensamento em certos momentos e são desencadeadas por eventos ou vivências importantes.

  • Ser solicitado a fazer uma tarefa pode desencadear a crença central de que "tudo o que faço deve ser perfeito" e a suposição de que "nunca consigo acertar totalmente".
  • Fracassar no seu exame de trânsito pode desencadear a crença central de que "sempre faço as coisas errado" e a suposição de que "não vale a pena tentar de novo".
  • Ser deixado pela namorada ou namorado pode desencadear a crença central de que "ninguém jamais vai me amar" e a suposição de que "as pessoas só querem me ferir".

Pensamentos automáticos

Uma vez que essas crenças e suposições estão em funcionamento, elas produzem pensamentos automáticos (PAs). Esses pensamentos enchem nossas cabeças e nos fornecem um "comentário" passageiro sobre o que está acontecendo. Muitos desses pensamentos são sobre nós mesmos e uma série deles é negativo ou crítico.

  • Ser solicitado a fazer uma tarefa pode desencadear pensamentos automáticos como "não sei o que fazer", "isso não está bom o bastante" ou "tenho certeza de que vão querer mais do que isso".
  • Não passar no exame de trânsito pode resultar em pensamentos automáticos como "realmente estraguei tudo", "nunca vou conseguir dirigir" ou "sabia que não conseguiria".
  • O final de um relacionamento pode resultar em pensamentos automáticos como "sabia que não ia durar muito, nunca dura", "ele/ela estava só brincando comigo" ou "nunca mais vou ter um(a) namorado(a)".

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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.


Continua no artigo:
"SENTIMENTOS: como você se sente?"

Pensamentos, Sentimentos, e o que você faz com eles

Conflitos e problemas são parte do nosso dia-a-dia. A família, a escola, o trabalho – quase tudo – criam problemas em um momento ou outro. Felizmente, conseguimos conviver com muitos desses problemas e eles são rapidamente resolvidos. Outros problemas parecem ser mais difíceis. Talvez porque:
  • acontecem com muita freqüência (acontecem muitas vezes)
  • estão acontecendo há muito tempo
  • são problemas muito difíceis
  • parecem afetar tudo o que você faz
Quando os problemas prevalecem, a nossa vida se torna uma grande preocupação.

O CICLO MÁGICO

Uma das funções do psicólogo é ajudar você a descobrir maneiras mais proveitosas de lidar com seus problemas. Para lidar melhor com seus problemas, é preciso entender a importante ligação que acontece entre:


POR EXEMPLO:
  • Pensar que você não é muito bom para conversar com as pessoas pode fazer você se sentir muito preocupado ou ansioso quando sai com seus amigos. Você pode sair calado e não falar muito.
  • Pensar que ninguém gosta de você pode faze-lo se sentir triste. Você pode ficar em casa sozinho.
  • Pensar que você nunca faz as coisas direito pode fazer você sentir raiva. Você pode desistir de tentar porque “vai dar errado”.
Freqüentemente, como nos exemplos, os nossos pensamentos parecem se realizar magicamente, sem a gente perceber. Entender como isso funciona vai ajudar você a perceber que às vezes você pode não estar vendo o quadro inteiro. Você pode estar vendo somente um dos lados da história – geralmente aquela parte que deu errado ou que não saiu totalmente bem.
Você pode nem se dar conta do que está fazendo. Isso se tornou parte da vida cotidiana e talvez seja muito difícil ver qualquer saída ou pensar em como as coisas poderiam ser diferentes.
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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O que é a terapia cognitivo-comportamental (TCC)?

Incômodos e problemas fazem parte do nosso dia-a-dia. Pais, amigos, escola, trabalho; na verdade, tudo pode causar problemas.

Felizmente, nós temos condições de resolver vários desses problemas, mas há alguns que parecem muito grandes e difíceis, pois:

  • Acontecem com muita freqüência
  • Parece que nunca melhoram
  • Parecem grandes demais para ter solução
  • Afetam tudo que fazemos

Problemas desse tipo podem acabar tomando conta e nos deixando infelizes ou preocupados. Nesses momentos, precisamos descobrir novas e melhores maneiras de lidar com eles, e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar.

O que é a TCC?

A TCC é uma maneira de lidar com problemas que examina a ligação entre:

  • A nossa maneira de pensar
  • Como nos sentimos
  • O que fazemos

Por que esta ligação é importante?

As pessoas com problemas muitas vezes pensam de uma maneira que as prejudica. É provável que elas:

  • Esperem que as coisas dêem errado.
  • Se preocupem com o que acontece ou pode acontecer.
  • Percebam mais as coisas que não estão certas.
  • Critiquem muito o quê fazem.
  • Transformem coisas banais em grandes problemas.

Estas maneiras de pensar são prejudiciais e podem fazer com que a pessoa se sinta mal, afinal:

  • Se você espera que as coisas dêem errado, pode acabar se sentindo estressado ou ansioso.
  • Se você pensa que sempre entende mal as coisas, pode acabar se sentindo triste ou infeliz.
  • Se você pensa que as pessoas não gostam de você ou dizem coisas desagradáveis, pode acabar se sentindo zangado ou com raiva.

Ninguém gosta de se sentir assim e as pessoas tentam encontrar uma maneira de se sentir melhor. Infelizmente, algumas coisas que fazemos acabam nos deixando pior ainda, ou acabam não funcionando do modo como esperávamos. Assim, nós paramos de fazer certas coisas. Nós:

  • Evitamos coisas que achamos difíceis.
  • Desistimos de tentar fazer coisas.
  • Deixamos de sair e passamos mais tempo em casa, sozinhos.

Como a TCC pode ajudar?

A TCC permite que você descubra:

  • Os pensamentos e sentimentos que você tem;
  • A ligação entre o que você pensa, como se sente e o que faz;
  • Maneiras mais úteis de pensar;
  • Como controlar sentimentos desagradáveis;
  • Como enfrentar e superar seus problemas.

O trabalho é colaborativo. Terapeuta e cliente trabalham juntos em busca de soluções. Você tem um monte de boas idéias e coisas importantes a dizer e o terapeuta quer saber delas. Juntos, experimentarão e testarão novas idéias para descobrir o que pode ajudar. Com o trabalho com TCC você vai:

  • Verificar os pensamentos que tem, e descobrir maneiras mais interessantes e úteis de pensar;
  • Descobrir maneiras de controlar seus sentimentos desagradáveis;
  • Aprender a resolver e superar seus problemas.

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Adaptado do livro: "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos: Utilizando a tcc com crianças e adolescentes", de Paul Stallard.

Para saber mais, leia este artigo: "Pensamentos, Sentimentos e o que você Faz com eles"

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Mente Sã, Corpo São...

“Quando a cabeça não pensa o corpo padece!”. Embora pareça simples, esse dito popular ilustra bem o assunto deste breve artigo.


O estresse, tão “em moda” na atualidade, pode se apresentar quando nos encontramos diante de situações difíceis cuja solução requeira algum tipo de “estratégia” específica. Se os recursos necessários para o enfrentamento não estão presentes ou não foram identificados, é provável que reajamos de maneira inadequada, e por conseqüência, fracassemos, na resolução do problema. Isso pode gerar ansiedade, ou mesmo sensações de desconforto intensas que, por vezes, paralisam-nos quando o mais “saudável” seria uma postura ativa que mobilizasse habilidades na busca de possíveis saídas.

Pensando nessa questão, algo que a psicologia explica é a idéia de que os pensamentos que temos influenciam significativamente a maneira como nos sentimos e nos comportamos. Esclarece ainda, que não é a situação em si que é importante, mas a interpretação e o significado que atribuímos a ela. Por exemplo, pense em pessoas que você conhece e que passaram por “problemas” semelhantes, mas que lidaram com eles de maneiras completamente diferentes. É provável que cada uma tenha percebido, ou interpretado as situações estressantes de forma particular considerando, assim, possibilidades diversas de enfrentamento.

É importante que avaliemos quais são os recursos ou ferramentas necessários para a resolução dos problemas (e obstáculos). Em seguida é preciso que identifiquemos para quais destas dificuldades já possuímos as respostas e estratégias de enfrentamento, e para quais ainda precisamos desenvolvê-las. Algumas vezes, essa avaliação pode ser feita de maneira “distorcida”, impedindo que percebamos possibilidades de solução. E aqui entra o trabalho do psicólogo.

Embora algumas vezes uma conversa com um amigo, ou familiar possa contribuir para que “enxerguemos” possíveis saídas para nossos problemas, em outras, isso apenas não é suficiente. Por meio de técnicas específicas baseadas em um conhecimento sobre a mente e o comportamento humano, o psicólogo trabalha em parceria com seu cliente para que juntos possam compreender melhor o problema, bem como reconhecer, identificar e desenvolver recursos pessoais para a melhor resolução possível das situações geradoras de sofrimento.

Assim, diferentemente do que alguns possam pensar, a tarefa do psicólogo não consiste em resolver os problemas por você. A psicoterapia é, sobretudo, um processo de colaboração entre o profissional e o individuo que busca ajuda.