terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

COMPORTAMENTO: o que você faz?

Continuação do artigo: "SENTIMENTOS: o que você sente?"

Se esses sentimentos desagradáveis duram ou se tornam muito fortes, começam a ter um efeito sobre tudo o que você faz. Gostamos de nos sentir bem, então, geralmente tentamos fazer mais aquelas coisas que nos fazem sentir bem e menos aquelas que nos fazem sentir incomodados.
  • Se você se sente ansioso ao falar com outras pessoas, pode evitar sair ou recusar convites para reuniões e para fazer coisas com seus amigos. Quando fica sozinho, pode se sentir mais relaxado.
  • Se você se sente triste ou infeliz em algum lugar, você pode parar de ir até lá. Você pode se sentir mais feliz quando fica em casa.
  • Se você sente raiva quando as pessoas criticam o seu trabalho, pode desistir de esforçar-se.

Há muitas maneiras pelas quais seus pensamentos e sentimentos afetam o que você faz. Você pode notar que:

  • desiste e pára de fazer as coisas
  • evita situações que poderiam ser difíceis
  • fica com medo de tentar coisas novas

Parece que essas mudanças provam que nossos pensamentos estavam certos o tempo todo!

  • Dificuldade de concentração comprovaria o pensamento de que "nunca vou passar nesses exames".
  • Ficar em casa comprovaria que "ninguém gosta de mim – não tenho nenhum amigo".
  • Achar difícil dormir ou ganhar peso comprovaria os pensamentos que "pareço um trapo" ou "ninguém iria querer sair comigo".

PARE!
Você pode cair em uma armadilha!

Você pode estar procurando SOMENTE as evidências que apóiam seus pensamentos negativos:

  • Você pode ter achado difícil se concentrar hoje – não dormiu muito bem a noite passada. Geralmente, você dorme melhor e quando tem uma boa noite de sono é capaz de se concentrar. Então não ter passado naquele exame não significa que você nunca vai passar nos exames.
  • Você pode ter ficado em casa na noite passada, mas combinou de sair com seus amigos amanhã. Assim, na verdade ter ficado em casa não significa que ninguém gosta de você ou que você não tem amigos.
  • Você pode ter ganhado 2 kg, mas isso realmente faz tanta diferença na sua aparência? As suas roupas favoritas ainda caem muito bem.

Os pensamentos negativos podem se tornar verdadeiros magicamente, porque você está procurando somente as evidências que os apóiam.

Em algumas situações, será que você não está vendo apenas um lado da história?

É interessante desenvolver uma maneira de pensar mais equilibrada que fará você se sentir melhor e te ajudará a fazer escolhas mais razoáveis sobre as coisas importantes na sua vida.

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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.

SENTIMENTOS: como você se sente?


Como você começou a ver, a maneira como pensamos afeta a forma como nos sentimos. Os nossos pensamentos resultarão em muitos sentimentos diferentes.

Com freqüência, os pensamentos positivos ou bons produzem sentimentos agradáveis:
  • O pensamento "estou esperando ansiosamente pela festa" pode fazer você se sentir alegre.
  • O pensamento "embora tenhamos perdido, joguei muito bem" pode fazer você se sentir contente.
  • O pensamento "fico muito bem nesta roupa" pode fazer você se sentir relaxado.

Em outros momentos, podemos ter mais pensamentos negativos e, com freqüência, estes pensamentos produzem sentimentos desagradáveis.

  • O pensamento "aposto que ninguém vai aparecer na festa" pode fazer você se sentir ansioso.
  • O pensamento "perdemos de novo – nunca venceremos" pode fazer você se sentir enraivecido ou triste.
  • O pensamento "não gosto desta roupa" pode fazer você se sentir preocupado ou descontente.

Muitos desses sentimentos não serão fortes e não durarão por muito tempo. Você pode nem nota-los. Em outros momentos, esses sentimentos desagradáveis são mais fortes e prevalecem. Tornam-se muito intensos e parecem durar por muito tempo.

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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.


Continua no artigo:
"COMPORTAMENTO: o que você faz?"

PENSAMENTOS: o que está passando pela sua cabeça nesse momento?


As nossas mentes estão sempre ocupadas, cheias de pensamentos. Sempre estamos pensando sobre todos os tipos de coisas. Muitos de nossos pensamentos estão descrevendo o que está acontecendo ao nosso redor. Outros são sobre nós mesmos.
Estes pensamentos podem ser sobre a maneira como vemos a nós mesmos:
  • Sou gordo.
  • Tenho muitos amigos.
  • Tenho um temperamento ruim.

Eles podem ser sobre como julgamos o que fazemos:

  • Nunca consigo me organizar.
  • Sou bom nos esportes.
  • Para mim é fácil fazer amigos.

Eles podem descrever nossa visão do futuro:

  • Ninguém jamais vai querer sair comigo.
  • Nunca irei para a universidade.
  • Serei um milionário quando tiver 30 anos.

CRENÇAS

Com o tempo, a maneira como pensamos sobre nós mesmos, julgamos o que fazemos e vemos nosso futuro se tornam um padrão de pensamento muito forte. Os pensamentos ficam bastante fixos e se tornam as nossas crenças centrais. Estas crenças aparecem na forma de pequenas afirmações como:

  • Sou gentil.
  • Trabalho duro.
  • Sou bem-sucedido.

CRENÇAS E SUPOSIÇÕES

As crenças centrais são valiosas. Elas nos ajudam a prever e dar sentido ao que acontece nas nossas vidas. Levam-nos a acreditar que acontecerão certas coisas. Esta é a ligação "SE/ENTÃO".

  • SE sou gentil (crença central), ENTÃO outras pessoas gostarão de mim (suposição).
  • SE trabalho duro (crença central), ENTÃO conseguirei um bom emprego (suposição).
  • SE tiver sucesso (crença central), ENTÃO serei feliz (suposição).

Crenças e suposições pouco úteis

A maioria das nossas crenças são úteis, mas outras são menos valiosas, pois elas evitam que façamos escolhas e decisões reais e podem nos conduzir a suposições falsas sobre nossa vida. Exemplos de crenças centrais pouco úteis podem ser:

  • Tudo o que eu faço deve ser perfeito.
  • Sempre faço coisas erradas.
  • Ninguém jamais vai me amar.

Com freqüência, crenças como essas preparam você para fracassar, sentir-se mal e limitam o que você faz. Levam a supor que coisas negativas acontecerão.

  • A crença de que "tudo o que faço deve ser perfeito" pode levar você a supor que seu trabalho nunca está bom o bastante. O resultado disso pode ser sentir=se estressado e descontente, à medida que isso se repete em cada parte do seu trabalho.
  • A crença "sempre faço as coisas erradas" pode levar você a supor que não vale a pena esforçar-se. Você pode se sentir triste e ficar desmotivado ou perder o interesse pelas coisas.
  • A crença de que "ninguém jamais vai me amar" pode levar você a supor que as pessoas só querem gozar ou se aproveitar de você. Você pode se sentir enraivecido e tornar-se muito rude e agressivo.

As crenças centrais e as suposições são bastante fixas

As crenças centrais e as suposições são geralmente muito fortes e tornam-se bastante fixas. Com freqüência, elas são muito resistentes a qualquer alternativa desafiadora. Qualquer evidência que as questione é ignorada ou rejeitada como pouco importante.

  • A garota que acredita que "ninguém jamais vai me amar" pode rejeitar quaisquer sinais de afeição dos seus pais, pois "eles não se preocupam de verdade – estão apenas tentando me controlar".
  • Por menor que seja, qualquer coisa que apóie essas crenças parece ser uma prova. A mãe desta garota, pode ter tido um dia atarefado e não teve tempo de lavar aquele item especial de roupa. Para a garota, isso pode ser visto como evidência de que "eu sabia que não se preocupavam comigo".

Eventos importantes

Essas crenças e suposições vêm para o foco do nosso pensamento em certos momentos e são desencadeadas por eventos ou vivências importantes.

  • Ser solicitado a fazer uma tarefa pode desencadear a crença central de que "tudo o que faço deve ser perfeito" e a suposição de que "nunca consigo acertar totalmente".
  • Fracassar no seu exame de trânsito pode desencadear a crença central de que "sempre faço as coisas errado" e a suposição de que "não vale a pena tentar de novo".
  • Ser deixado pela namorada ou namorado pode desencadear a crença central de que "ninguém jamais vai me amar" e a suposição de que "as pessoas só querem me ferir".

Pensamentos automáticos

Uma vez que essas crenças e suposições estão em funcionamento, elas produzem pensamentos automáticos (PAs). Esses pensamentos enchem nossas cabeças e nos fornecem um "comentário" passageiro sobre o que está acontecendo. Muitos desses pensamentos são sobre nós mesmos e uma série deles é negativo ou crítico.

  • Ser solicitado a fazer uma tarefa pode desencadear pensamentos automáticos como "não sei o que fazer", "isso não está bom o bastante" ou "tenho certeza de que vão querer mais do que isso".
  • Não passar no exame de trânsito pode resultar em pensamentos automáticos como "realmente estraguei tudo", "nunca vou conseguir dirigir" ou "sabia que não conseguiria".
  • O final de um relacionamento pode resultar em pensamentos automáticos como "sabia que não ia durar muito, nunca dura", "ele/ela estava só brincando comigo" ou "nunca mais vou ter um(a) namorado(a)".

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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.


Continua no artigo:
"SENTIMENTOS: como você se sente?"

Pensamentos, Sentimentos, e o que você faz com eles

Conflitos e problemas são parte do nosso dia-a-dia. A família, a escola, o trabalho – quase tudo – criam problemas em um momento ou outro. Felizmente, conseguimos conviver com muitos desses problemas e eles são rapidamente resolvidos. Outros problemas parecem ser mais difíceis. Talvez porque:
  • acontecem com muita freqüência (acontecem muitas vezes)
  • estão acontecendo há muito tempo
  • são problemas muito difíceis
  • parecem afetar tudo o que você faz
Quando os problemas prevalecem, a nossa vida se torna uma grande preocupação.

O CICLO MÁGICO

Uma das funções do psicólogo é ajudar você a descobrir maneiras mais proveitosas de lidar com seus problemas. Para lidar melhor com seus problemas, é preciso entender a importante ligação que acontece entre:


POR EXEMPLO:
  • Pensar que você não é muito bom para conversar com as pessoas pode fazer você se sentir muito preocupado ou ansioso quando sai com seus amigos. Você pode sair calado e não falar muito.
  • Pensar que ninguém gosta de você pode faze-lo se sentir triste. Você pode ficar em casa sozinho.
  • Pensar que você nunca faz as coisas direito pode fazer você sentir raiva. Você pode desistir de tentar porque “vai dar errado”.
Freqüentemente, como nos exemplos, os nossos pensamentos parecem se realizar magicamente, sem a gente perceber. Entender como isso funciona vai ajudar você a perceber que às vezes você pode não estar vendo o quadro inteiro. Você pode estar vendo somente um dos lados da história – geralmente aquela parte que deu errado ou que não saiu totalmente bem.
Você pode nem se dar conta do que está fazendo. Isso se tornou parte da vida cotidiana e talvez seja muito difícil ver qualquer saída ou pensar em como as coisas poderiam ser diferentes.
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Retirado do livro "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos" de Paul Stallard.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O que é a terapia cognitivo-comportamental (TCC)?

Incômodos e problemas fazem parte do nosso dia-a-dia. Pais, amigos, escola, trabalho; na verdade, tudo pode causar problemas.

Felizmente, nós temos condições de resolver vários desses problemas, mas há alguns que parecem muito grandes e difíceis, pois:

  • Acontecem com muita freqüência
  • Parece que nunca melhoram
  • Parecem grandes demais para ter solução
  • Afetam tudo que fazemos

Problemas desse tipo podem acabar tomando conta e nos deixando infelizes ou preocupados. Nesses momentos, precisamos descobrir novas e melhores maneiras de lidar com eles, e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar.

O que é a TCC?

A TCC é uma maneira de lidar com problemas que examina a ligação entre:

  • A nossa maneira de pensar
  • Como nos sentimos
  • O que fazemos

Por que esta ligação é importante?

As pessoas com problemas muitas vezes pensam de uma maneira que as prejudica. É provável que elas:

  • Esperem que as coisas dêem errado.
  • Se preocupem com o que acontece ou pode acontecer.
  • Percebam mais as coisas que não estão certas.
  • Critiquem muito o quê fazem.
  • Transformem coisas banais em grandes problemas.

Estas maneiras de pensar são prejudiciais e podem fazer com que a pessoa se sinta mal, afinal:

  • Se você espera que as coisas dêem errado, pode acabar se sentindo estressado ou ansioso.
  • Se você pensa que sempre entende mal as coisas, pode acabar se sentindo triste ou infeliz.
  • Se você pensa que as pessoas não gostam de você ou dizem coisas desagradáveis, pode acabar se sentindo zangado ou com raiva.

Ninguém gosta de se sentir assim e as pessoas tentam encontrar uma maneira de se sentir melhor. Infelizmente, algumas coisas que fazemos acabam nos deixando pior ainda, ou acabam não funcionando do modo como esperávamos. Assim, nós paramos de fazer certas coisas. Nós:

  • Evitamos coisas que achamos difíceis.
  • Desistimos de tentar fazer coisas.
  • Deixamos de sair e passamos mais tempo em casa, sozinhos.

Como a TCC pode ajudar?

A TCC permite que você descubra:

  • Os pensamentos e sentimentos que você tem;
  • A ligação entre o que você pensa, como se sente e o que faz;
  • Maneiras mais úteis de pensar;
  • Como controlar sentimentos desagradáveis;
  • Como enfrentar e superar seus problemas.

O trabalho é colaborativo. Terapeuta e cliente trabalham juntos em busca de soluções. Você tem um monte de boas idéias e coisas importantes a dizer e o terapeuta quer saber delas. Juntos, experimentarão e testarão novas idéias para descobrir o que pode ajudar. Com o trabalho com TCC você vai:

  • Verificar os pensamentos que tem, e descobrir maneiras mais interessantes e úteis de pensar;
  • Descobrir maneiras de controlar seus sentimentos desagradáveis;
  • Aprender a resolver e superar seus problemas.

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Adaptado do livro: "Bons Pensamentos, Bons Sentimentos: Utilizando a tcc com crianças e adolescentes", de Paul Stallard.

Para saber mais, leia este artigo: "Pensamentos, Sentimentos e o que você Faz com eles"