terça-feira, 25 de março de 2008

INTELIGÊNCIA [habilidade ou capacidade] EMOCIONAL

Rapidamente, responda pra você mesmo: O que é inteligência para você?

Independente da resposta a que você tenha chegado, podemos dizer que inteligência é a capacidade de resolver os problemas e situações desafiantes. Algumas vezes você pode se deparar com um problema para o qual é necessário um conhecimento matemático, outras vezes o que se necessita para encontrar uma solução é de um conhecimento espacial, como quando você faz uma baliza num carro. E se pensarmos um pouco mais, vamos acabar percebendo que a vida nos apresenta situações / problemas tão diferentes, que pedem soluções também diferentes. Assim sendo, não podemos, ou melhor, não faz sentido falarmos de inteligência como se fosse uma coisa única, e privilégio de poucos.

Pra que você tenha uma idéia, existem pelo menos 7 tipos de inteligência, que seriam: Inteligência Verbal ou Lingüística, Inteligência Lógico-Matemática, Inteligência Cinestésica Corporal, Inteligência Espacial, Inteligência Musical, Inteligência Interpessoal, e Inteligência Intrapessoal, sendo que esses dois últimos “tipos”, acabaram dando origem ao que chamamos de inteligência emocional, como veremos mais a frente. Todos nascemos com o potencial das várias inteligências, e a partir das relações com o ambiente, aspectos culturais, algumas são mais desenvolvidas ao passo que deixamos de aprimorar outras.

Atualmente, não é novidade alguma dizer que vivemos num ambiente competitivo e estressante. Há uma grande valorização daquilo que aprendemos na escola, na faculdade, cursos e demais conhecimentos técnicos que adquirimos, que nos habilitem a realizar nosso trabalho. Há uma valorização do que chamamos de quociente de inteligência (o famoso QI), que tem mais a ver com a capacidade de executar tarefas, em outras palavras, tem a ver com a RAZÃO e objetividade.

No entanto, há alguns anos, começou a surgiu uma tendência a valorizar também as EMOÇÕES. Estas que eram vistas com certa desconfiança, por se achava que sua presença diminuía a objetividade necessária para que a nossa parte racional funcionasse da melhor forma possível, passaram a ter papel fundamental no contexto atual. PORQUE ISSO ACONTECE?

Talvez a melhor resposta para esta pergunta, sejam algumas outras perguntas:

  • Como boa parte das pessoas trabalha atualmente? Sozinhas ou em equipes?
  • De que são feitas as organizações de trabalho? Somente equipamentos e materiais? Ou de pessoas também?
  • Quando você vai trabalhar, você leva apenas os conhecimentos necessários para desempenhar sua função? Ou também experiências pelas quais você passou enquanto aprendia a fazer seu trabalho, e mesmo vivências cotidianas, mesmo as mais simples?
  • Não estariam estas vivências carregadas de emoções?

Como é possível perceber, as respostas a estas perguntas acabam nos levando a pensar que atualmente, as PESSOAS são o grande diferencial das empresas. E estas pessoas, diferentes das máquinas, trazem consigo emoções, as quais quando bem “direcionadas” são capazes de levá-las a desenvolver seus potenciais, melhorando a qualidade de seu trabalho e é claro, a própria qualidade de vida. Podemos dizer então, que no trabalho e mesmo fora dele, temos um encontro entre nossas duas mentes: a racional e a emocional.

Diante disso, apresentamos alguns conhecimentos para que possamos melhor “administrar” nossas emoções, utilizando-as de maneira mais positiva, e o mais importante, a nosso favor!

Você já teve a sensação de acordar com o “pé esquerdo”, e por conta disso ter a impressão que não conseguiu trabalhar direito? Se sim, provavelmente era alguma emoção negativa que você estava sentindo.

Já iniciou a semana de trabalho já pensando no fim de semana, naquela festa que te aguarda e em tudo o que você vai fazer, ou seja, trabalhando, mas com a cabeça em outro lugar?

Já conheceu alguém muito “inteligente”, que trabalha muito bem, mas que em alguns momentos perde completamente a concentração... a paciência... a compostura... e outras coisas mais? Em outras palavras, já viu um inteligente comportando-se com um idiota com as outras pessoas?

Se sim, bem-vindo à algumas das várias situações que embora pareçam exageradas, fazem parte do nosso cotidiano quando somos “tomados” por emoções, e não sabemos como utilizá-las de uma maneira construtiva. Aqui incluem-se tanto emoções tidas como positivas, quanto aquelas consideradas negativas. É importante esclarecer isso, pois podemos ser arrebatados até mesmo por emoções mais agradáveis.

Então o que é INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?

"Inteligência emocional é a capacidade de percepção de nossos sentimentos e, a partir dessa percepção, saber lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-os quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional. Esse equilíbrio nos permite a motivação para uma vida mais harmonizada. A capacidade de auto-percepção proporciona a percepção dos sentimentos dos outros e nos habilita a sermos competentes em nossos relacionamentos com as demais pessoas, seja no trabalho ou fora dele."

Embora o termo inteligência emocional pareça algo novo para você, provavelmente quando virmos os domínios principais que a compõem, você verá que são coisas que você já ouviu falar bastante. Podemos dizer que a inteligência emocional é composta por duas “inteligências”: a intrapessoal e a interpessoal. Mas tenha em mente que essa divisão é apenas para tornar mais fácil a explicação do tema, já que na prática, as coisas estão bastante interligadas.

A INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL refere-se às habilidades pertencentes à própria pessoa. É a base da inteligência emocional e agrupa três domínios básicos:

"Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa." (Gandhi)
“Conhece-te a ti mesmo” (Sócrates)

  • Auto-conhecimento (ou auto-percepção): reconhecer o sentimento enquanto ele ocorre, é ter consciência de si mesmo, percepção dos próprios sentimentos, conhecer o sentido da sua própria vida. Fazer uma avaliação realista e otimista das próprias capacidades de modo a desenvolver sua auto-estima e autoconfiança.

"Qualquer um pode zangar-se - isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil" (Aristóteles)

  • Auto-controle: habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os para a situação. O auto-controle é resultado do autoconhecimento. A partir do auto-conhecimento temos consciência do que estamos sentindo quando estamos diante de determinadas situações, e a partir disso, podemos escolher qual a melhor maneira de expressar nossas emoções e nos comportar.

"Quando você compreende verdadeiramente que existe um número infinito de possibilidades em qualquer situação dada, você pode encontrar soluções onde até agora era totalmente impossível encontrá-las" (Deepak Chopra)

  • Auto-motivação: habilidade em dirigir os esforços e capacidades pessoais necessárias para o alcance de objetivos e metas. Capacidade de desenvolver uma postura otimista realista diante das situações. Também é favorecida pelo auto-conhecimento, uma vez que a partir dele tomamos consciência de nossos recursos e necessidades.

A INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL refere-se às habilidades de relacionamento com outras pessoas. Como vimos acima, tem como base a inteligência intrapessoal, sendo uma conseqüência dela. Quando temos bem desenvolvidos o auto-conhecimento, o auto-controle e a auto-motivação, relacionamo-nos bem com as demais pessoas, pois essa habilidade é fruto do bom relacionamento com nós mesmos. Agrupa dois domínios básicos: empatia e sociabilidade.

  • Empatia: que é a habilidade de reconhecer as emoções e necessidades das outras pessoas. Em outras palavras, é a capacidade de se colocar no lugar das outras pessoas para perceber as “situações” do ponto de vista delas.
  • Sociabilidade: significa lidar bem com as emoções nos relacionamentos, o que possibilita interagir com facilidade com outras pessoas, desenvolver habilidades para liderar, solucionar conflitos, estabelecer vínculos de cooperação e trabalho em equipe. Em resumo: saber conviver com as pessoas – que são diferentes umas das outras e de você mesmo. Vale ressaltar que ser sociável depende em grande parte da empatia.

Para terminar, uma história...

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta: ‘Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?’
E o chinês responde: ‘ Sim, quando o seu vier cheirar as flores.’
Moral da História:
"Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Portanto, procure compreender antes de julgar."

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Autor: Rodrigo Gomes Santana

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